quarta-feira, 29 de junho de 2011

Isso pode não ser dança? O retorno

Sim, o "Isso pode não ser dança?" retornará, só que dessa vez num formato completamente diferente do antigo. Questões que antes eram pra serem tratadas de forma impessoal, hoje são extremamente pessoais, mas deixarei isso para quem for vê-lo no dia 05 de julho, no painel performática da escola de dança da UFBA, a partir das 20 hrs,

Por se tratar de um trabalho que agora ganha um cunho pessoal/autobiográfico, enviei a seguinte mensagem a baixo a algumas pessoas que considero importantes nestes três anos e meio morando em Salvador. Sei que não cobri a totalidade das pessoas, mas aos poucos tento isso.

Você, ao ler o texto abaixo, sinta-se como parte da história e meu convidado pessoal para o trabalho. O isso pode não ser dança? hoje nada mais é do que pessoas que cruzaram/cruzam meu caminho, me mostrando outras possiblidades, medos e desejos na vida

Enjoy

"Fernando Lopes

Prólogo



Ola a todos



Apesar de querer enviar esta mensagem de forma pessoal, felizmente, pela quantidade de pessoas se torna bastante difícil, por isso, peço que imaginem que pensei em cada um de vocês ao enviar essa mensagem.



Se você está recebendo esta mensagem, é porque de alguma forma você interferiu na pessoa que sou hoje durante esses três anos e meio que resido em Salvador. Me provocou, foi uma influência ou simplesmente sofreu por conta da minha pessoa.



Como alguns de vocês sabem, estou me formando agora em dança. Se estou feliz? Não sei. A única certeza é que estou cumprindo uma etapa da minha vida, que precisa ser encerrada. Nela não se resume simplesmente em terminar ou não a graduação, mas a forma como entendo arte, vida e como interajo com a cidade. Isso faz com que, além de terminar a universidade, mudar a relação que tenho com Salvador.



Hoje me vejo como um soteropaulistano, mas nem São Paulo e nem Salvador eu posso dizer que tenho um lar. A sensação de sempre é de um eterno desterro, e por isso, assumi meu desterro e literalmente, cairei no mundo, pois sei que os conhecimentos que busco não estão mais num ambiente acadêmico, e sim nas ruas, ambientes e pessoas que porventura vierem a cruzar meu caminho.



Ao assumir essa postura, pretendo diminuir as fronteiras entre arte e vida, e pensar neste processo de errância, de descoberta de novos ambientes enquanto um processo artístico. Por mais que não haja um público propriamente dito, acredito que experiêncas como esta sempre ressoam nos nossos fazeres. Pra mim, ser artista é estar num estado permanente de arte.



No dia 5 "farei" uma versão do isso pode não ser dança, no painel performático da UFBa. Por favor, compareçam, pois será um trabalho de despedida e de abandono de idéias, valores y otras cositas mas, e queria compartilhar este abandono com vocês, de forma bastante ativa, hehe.



O "isso pode não ser dança" volta, mas não como antes, impessoal e anônimo. Hoje eu, Fernando Lopes, sou/estou o "isso pode não ser dança?". As demandas do mundo com minhas necessidades demandam uma nova forma de movimento, movimento este que quero fazer em companhia daqueles que o afetaram de alguma forma e receberam este email



Abraços e beijos a todos, principalmente se acabaram de ler este texto enorme. Independentemente de poderem estar presentes ou não, meu carinho e agradecimento para com todos é o mesmo.



Até dia 05, pela noite



[fim do prólogo]"

Um comentário:

  1. Você é uma pessoa fantástica. Tem toda uma aura changelinesca mesmo, de quem não é desse mundo e está sempre as voltas com alguma coisa muito particular e ao mesmo tempo que diz muito sobre todas as pessoas, de todos os lugares. Apesar de termos jogado apenas uma sessão, uma ínfima sessão, e de termos prometido e reprometido jogar mais, quero que saiba que lembrar de pessoas como você, como folhinhas que só passam mas que deixam a gente curioso e admirado a respeito das diversas tonalidades daquela folhinha, fazem minha vida e meu mundinho ser um lugar mais curioso e interessante =)

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